

As duas médicas que atenderam Ravi de Souza Figueiredo, de 2 anos, para a retirada de um grão de milho no nariz, foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). O menino morreu após o procedimento realizado no Hospital Municipal de Goiatuba, no sul de Goiás. O MPGO afirmou que elas foram denunciadas por homicídio culposo, ou seja, pela morte de alguém sem intenção, por meio de ação ou omissão voluntária.
A defesa de Isabella Helena Caixeta de Oliveira afirmou ao g1, por nota, que irá se manifestar exclusivamente no processo, "respeitando o curso legal das investigações e o devido contraditório". A reportagem não conseguiu contato com a defesa da outra médica, Daniella Carvalho Ferreira, até a última atualização desta reportagem.
A defesa da família disse ao g1 que, após os procedimentos para tentar retirar o grão de milho, a criança sofreu perfurações no pulmão e no estômago. O prontuário do Hospital de Goiatuba recebido pela família de Ravi e divulgado pela TV Anhanguera, informa que, após o uso do ar comprimido, a equipe médica utilizou um aparelho de video-otoscópio e uma pinça para retirar o milho.
O Ministério Público afirmou à TV Anhanguera que pediu uma indenização de R$ 150 mil para a família da criança e que o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se manifeste nesse caso. O Cremego informou ao g1, por meio de nota, que não recebeu qualquer notificação/solicitação do MPGO sobre este caso.
O Cremego disse, ainda, que , já se posicionou sobre o assunto, por meio de parecer da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia do Conselho, atendendo a uma solicitação da Delegacia de Polícia de Hidrolândia.
A entidade afirmou também que, em relação a denúncias sobre conduta ética de médicos, todas as queixas recebidas, ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional Médico.